No Covil dos Piratas do Rio do Ouro

Planejando uma forma de se infiltrar na vila de Shutai e descobrir informações sobre os piratas,o Daimyo Asako Hiroshi e seu conselheiro Asako Kuniaki discutem durante o jantar com os novos visitantes: Asako HaruKitsu Aizu e Hida Katsuo. Decidem que Haru e Aizu irão se infiltrar na vila dos piratas.

Na mesma noite, após a reunião, guiados pela serviçal Yuu, os dois samurais saem discretamente do castelo por um portão lateral para se hospedar na estalagem As Flores de Osano-Wo, cuja proprietária Aiko é de confiança, segundo o Conselheiro Kuniaki.

No caminho, após sair dos muros da cidade, param na Rua das Diversões e Haru leva Aizu para conhecer  O Crisântemo Vermelho, uma das Casas de Geisha da cidade. A Rua das Diversões fica logo após o muro que separa a cidade interna do bairro dos comerciantes e do porto. É, portanto, uma das ruas mais movimentadas de Toshi no Itori.

Aizu sugere que eles finjam servir de seguranças de um mercador negociando uma carga valiosa em Shimomura, de passagem por Shutai, que fica no caminho. Haru concorda com a ideia e diz que conhece um mercador que pode se prestar a esse serviço, em troca de uma recompensa.

Imaginando chamar a atenção dos bandidos, Haru comenta, na frente de uma das geishas, sobre um valioso carregamento que eles levarão no dia seguinte. Ele refaz o comentário na frente da proprietária Madame Satomi.

É tarde da noite quando eles saem do Crisântemo Vermelho e se dirigem para a estalagem das Flores de Osano-Wo. No caminho para a estalagem, Aizu percebe um movimento estranho perto da praça do mercado. Quando eles chegam na estalagem, ele fica observando a rua deserta e vê um camponês passar pelo canto da rua e olhar para a estalagem.


No dia seguinte, Aizu espera na estalagem pelo contato de Kuniaki, um guarda de confiança chamado Nobu, que servirá de guia para a cidade e a região. Com Nobu, ele procura por um pequeno barco que os leve rio acima, com tripulantes que possam ser discretos e confiáveis. Nobu conhece dois pescadores que tem um barco e podem servir. No caminho, Aizu compra duas bonitas caixas.

No porto, Aizu encontra com o mercador das terras do Unicórnio, Jocho, que eles protegeram contra o ataque pirata quando desceram o rio. Este agradece ao samurai e se despede, seguindo viagem em direção às terras do Caranguejo. Antes, atende a um pedido de Aizu e consegue discretamente algumas pedras para encher as duas caixas.

Ambitious_Merchant
Satoru

Enquanto isso, Haru encontra um mercador conhecido por ser trambiqueiro, chamado Satoru, e o contrata para intermediar a venda do que diz ser uma valiosa mercadoria da Família Yasuki, do Caranguejo, que será feita em Shimomura, nas terras do Escorpião. Ele informa ao mercador que terão de parar em Shutai e que ele gostaria de garantir a segurança dele, de seu companheiro e da valiosa mercadoria, durante o trajeto.

O mercador diz que sabe como garantir a segurança deles em Shutai. Eles devem fingir que vieram de Zakyo Toshi, a cidade do Pecado, e qualquer coisa devem mencionar que conhecem Cachorro Manco. Ele fala que os piratas não costumam atacar barcos de mercadores de Zakyo Toshi.

No porto, após os preparativos, todos se encontram e, partem no pequeno barco dos pescadores: Haru, Aizu, o mercador Satoru, o guarda Nobu e os dois pescadores Ueno e Shuto.

Kobune


A subida do rio é mais lenta, navegando contra a corrente e dependendo basicamente do vento favorável e do lento remar dos dois pescadores para impulsionar o barco. Ao anoitecer são forçados a parar e dormir na margem do lado da Planície do Trovão.

No dia seguinte a viagem continua. Perto do anoitecer, avistam Shutai. Na entrada da pequena enseada, no alto de um morro, da torre de vigia, um guarda armado vigia a aproximação por rio e por terra.

Shutai vila pirataQuando ancoram no pequeno cais, vêem dois ronins armados sentados em umas caixas. Aizu ainda vê que outros dois homens armados estão na entrada de um armazém, observando um grupo de pescadores carregar um barco maior com mercadoria. Uma marca vermelha forte nas caixas mostra que a mercadoria veio das terras do clã Unicórnio.

Os dois ronins se aproximam e os interrogam. Satoru tenta conversá-los, mas se atrapalha. Haru, no entanto, consegue controlar a situação. Ele menciona o nome de Cachorro Manco e um dos ronins, o mais alto e magro, ri e pergunta como vai o velho safado e a Carpa Obscena. Haru reconhece o nome de uma das gangues criminosas de Zayko Toshi. Ele consegue convencer o ronin a indicar-lhes a taverna da vila e a ir com eles beber.

O guarda e os pescadores ficam no barco, enquanto Haru, Aizu, Satoru e o ronin vão beber. Na taverna estão alguns pescadores e, em uma grande mesa, mais dez homens mau-encarados e armados.


Sentado em outra mesa, Haru conversa, enquanto Aizu fica calado e o comerciante Satoru parece tenso com os homens armados. O ronin parece não ter medo de estar próximo à Itori e chama o Daimyo de um velho tolo cujo tempo de luta já passou. Ele se gaba de que não precisarão se preocupar com o velhote.

Haru amigavelmente desafia o ronin para um duelo com bokens, em que o perdedor irá pagar as bebidas. O ronin aceita o desafio, manda um dos piratas mais jovens pegar espadas de madeira e eles se dirigem para o centro da praça de terra, sob a sombra de um carvalho, e se preparam para duelar.

Ronin - Ieyoshi
Ronin Ieyoshi

Aproveitando que toda a atenção está agora voltada para o duelo, Kitsu Aizu arrasta o comerciante Satoru e sobe a rua principal da aldeia, tentando não chamar atenção. Não é preciso fazer muito esforço, já que ronins e camponeses correm para a praça para ver a diversão de um duelo.

Kitsu fica curioso, pois as casas, apesar de simples, como casas de pescadores, aparentam serem novas, ainda não tão afetadas pelo tempo. Provavelmente a maioria das casas foi construída apenas alguns anos antes. Ao passar na frente de uma casa que se destaca por ser cercada por um muro alto e com um homem armado na porta, ele vê uma dúzia de ronins saírem correndo para a praça após um garoto avisar gritando sobre a aposta entre Ieyoshi e um estranho. Alguns saem ainda amarrando o obi ou calçando as sandálias. Apenas o guarda permanece, mas sua atenção está voltada para praça.

Aizu e Satoru continuam a subir casualmente a rua, até chegarem a um ponto em que ele pode ver que apenas restam algumas casas de fazendeiros pobres e o que parece ser um estábulo, com portas amplas e um teto alto. Adiante, um mato alto cerca a vila em um em que tempos atrás deveria ter sido arrozais. Agora abandonados e dominados pela vegetação. À distância, o caminho parece passar por áreas com algumas árvores.

Ele vira e segue pela outra rua. Em um ponto ele passa por uma casa um pouco maior que chama sua atenção. Um pequeno muro a cerca e pela entrada aberta ele pode ver uma jovem que parece estar lavando roupa em um cesto. Ela sorri para ele. Aizu estranha isso, pois seu rosto é deformado por um sinal de nascença. Mas a luz do dia já está se pondo e a garota provavelmente não pode ver seu rosto.

Ele segue em direção ao rio. Passa por umas casas mais prósperas, que devem ser de mercadores ou dos donos dos barcos de pesca. De uma das casas vê caixas com a marca do mon que viu o jovem Yasuki Honan utilizando, indicando que essas mercadorias provavelmente foram roubadas do Caranguejo. As mercadorias estavam sendo levadas por pescadores para o armazém do porto.

Uma comoção vinda da rua abaixo indica que a luta já terminou e ele apressa o passo para voltar à taverna. Perto do porto, uma das casas parece pertencer ao chefe da aldeia.


O duelo foi rápido. Haru e seu adversário se encararam buscando uma fraqueza ou hesitação. Sem descobrirem, os dois atacaram quase ao mesmo tempo. Os movimentos não foram feitos com a elegância de duelistas. O resto dos ronins ria e fazia apostas. Um deles, caolho, riu tanto que derrubou seu copo de saquê e quase caiu no chão.

O golpe do ronin Ieyoshi foi mais certeiro e bateu no ombro de Asako Haru, machucando-o levemente, enquanto a espada de madeira de Haru não atingiu o seu adversário. As apostas aumentaram. Os risos e gritos de encorajamento também. Haru percebeu que seu adversário não estava segurando os golpes e batia para doer.

Os dois giraram e continuaram a se encarar. Agora, o ronin foi mais rápido e atacou com um golpe lateral. Haru evitou o golpe e contra-atacou. O contra-ataque atingiu o ronin, mas apenas de raspão, sem causar muito impacto.

Então o ronin atacou com fúria, com um movimento amplo, e sua espada acertou Haru com uma força enorme, derrubando-o no chão, sem fôlego.  Ele não conseguiu se levantar para continuar a luta. Gritou então, para que fosse ouvido, puxando o que restava de dinheiro do bolso e oferecendo bebida para todos. Ronins e camponeses se dirigiram para beber, enquanto ele se levantava, dolorido.

Encontrou com Aizu e disse que era melhor eles saírem dali enquanto a atenção dos bandidos estava voltada para comemorar a luta e beber. Eles já tinham uma confirmação de que o número de piratas era cerca de trinta a quarenta. Haviam visto quatro no porto, um na torre de vigia, dez na taverna, doze haviam saído da casa e um estava de vigia na entrada.

Apenas o vigia e o caolho usavam armaduras. O vigia uma pesada, o caolho uma leve. Os piratas não pareciam ter uma organização militar. E sabiam onde estava a base deles na vila. Não haviam identificado Kosuke ou Shogo, que o pirata capturado dissera serem os líderes, mas era provável que ele estivesse na casa fortificada.

Shutai vila pirata 2.jpg

Eles voltaram para o barco e, para o alívio dos pescadores Ueno e Shuto, partiram imediatamente de Shutai. Ueno falou que preferia navegar no rio à noite do que passar a noite naquela vila.


A volta pelo Rio do Ouro foi estranhamente tranquila. Aizu invocou os kami da Água para ajudar a curar os machucados de Haru. Esse tentava não transparecer a irritação por ter perdido para o ronin, mas se consolava em saber que haviam cumprido a missão e agora tinham uma ideia da quantidade de piratas em Shutai e de onde eles estavam. O vento e a corrente do rio ajudaram e voltaram rapidamente.

De volta ao castelo, entraram pela passagem secreta, aberta pela serviçal Yuu, que os levou de volta para seus aposentos. Após se arrumarem, encontraram com o Daimyo Asako Hiroshi e o conselheiro Asako Kuniaki e, após o jantar, discutiram as descobertas.

Aizu desenhou um mapa da vila, com a localização da casa fortificada dos ronins, do estábulo, da torre de vigia e dos prédios e armazéns principais. Eles mencionaram as mercadorias – provavelmente frutos de ataques a barcos – que pareciam pertencer a mercadores do Unicórnio e da família Yasuki, e que estavam sendo embarcadas na barca maior. E o mato que invadira o arrazal abandonado atrás da vila.

Resolveram que os dois se manteriam hospedados na estalagem de Aiko, por enquanto. E que Hida Katsuo faria a ligação entre eles e o Daimyo. O Daimyo disse que iria reunir mais homens que fossem de confiança e pouco conhecidos por possíveis inimigos.

Enquanto Kuniaki observava que eles deveriam agir com cautela, o Daimyo convidou os samurais para o Festival em homenagem a Fortuna dos Pescadores, Haruhiko, uma das festas locais mais importantes.

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