A Espada do Mal

A Espada do Mal (Kedamono no Ken), 1965.

Direção: Hideo Gosha.

Samurais, ronins e bandidos. Honra, vingança e cobiça. Uma montanha selvagem e um título mal-traduzido para o português.

A Espada do Mal, título em português de mais um filme da Coleção Cinema Samurai 2, passa uma ideia errada de sobre o que será a história. Tivesse o título de A Espada da Besta (Sword of the Beast) e a ideia do filme estaria mais bem explicada. Pois, como o protagonista – um ronin – fala, a questão é o que transforma os homens em animais selvagens.

Gennosuke, um ronin, é perseguido por ter assassinado um importante conselheiro do seu clã. Inicialmente, ele parece apenas ser um ronin covarde que foge de seus perseguidores – Misa, a filha do conselheiro, e Daizaburo, um samurai noivo dela e que era amigo de Gennosuke.

A história irá ser melhor explicada em flashbacks durante o filme. Estamos em 1856 e a chegada dos navios americanos desestabilizou a situação política no Japão. Reformistas querem adaptar o país, mas enfrentam a oposição dos conservadores. É no meio desse jogo de interesses e traições que Gennosuke acaba perdido.

Sua fuga desesperada o levará até próximo a uma montanha distante, pertencente ao Xogum e protegida por seus guardas. E, segundo alguns boatos, cheia de ouro. Aliado a um escovador de cavalos que quer enriquecer, Gennosuke, foge para a montanha proibida.

Lá ele encontrará outros personagens que buscam o ouro. E terá de escapar de seus perseguidores. Cada um deles tem suas motivações. E essas motivações não têm nada a ver com o Bushidô, o código dos samurais. Em um cenário idílico, selvagem e – graças ao barulho dos insetos – meio enervante, os samurais mostram sua verdadeira face.

O filme poderia ser um faroeste, se trocássemos os samurais por caubóis e katanas por colts. Tudo o que se espera de um clássico western acontece nessa trama, em que o único que questiona sua própria humanidade talvez seja o mais humano. A atuação de Mikijiro Hira como o ronin angustiado Gennosuke é muito boa. A dos outros atores, nem tanto. Por outro lado, a ambientação da floresta nas montanhas é perfeita. Até o barulho dos grilos é angustiante.

Não é um clássico e não chega ao nível de Samurai Assassino, mas é um bom filme que vale a pena ser visto – e fica melhor se você não for enganado pelo título.

Inspirações para o RPG: O Tesouro das Montanhas Crepúsculo

Desafio: nas províncias do Clã Caranguejo, perto das Terras Sombrias, a notícia de um veio de ouro (ou de um artefato mágico, uma nemuranai pertencente ao extinto Clã Javali) leva o grupo de PCs a investigar uma região montanhosa.

montanhas crepusculo

Foco: existem dois outros grupos em busca do objeto. Rastros que parecem ser de criaturas das terras sombrias e pegadas humanas de um grupo de ronins que ouviram a mesma história.

Saque: O ouro ou nemuranai não existe. Ou já foi levado por um quarto grupo – samurais pertencentes a outro clã que estão interessados em matar qualquer testemunha para não deixar provas de sua invasão.

 

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